sexta-feira, abril 27, 2012

Ningúem me atura!

Tenho andado com um temperamento complicado. Conseguisse eu reconhecer a causa e poderia começar a pensar em soluções (espera lá...eu sei qual é a solução,só não está nas minhas mãos). Sei que ando baralhado, cheio de inércia e cheio de coisas para resolver que, com a apatia, não se resolvem. Facilmente me embrulho em pensamentos, tropeço nas palavras e prendo as vontades. Ando repetitivo, digo as mesmas coisas centenas de vezes e chego à conclusão que as repito porque não chegam (gostava de saber dizer mais) ou não surtem efeito (gostava que ficassem na memória dos outros). Não me tenho conseguido expressar eficazmente e quanto mais tento, mais a confusão das minhas ideias se avoluma. Às tantas, já não sei bem onde termina a minha confusão e começa a dos outros. Não tenho feito nada que se defina pela eficiência. Não me tenho sentido particularmente compreendido, nem tenho percebido muito bem os outros, por muito que tente, tenho sido lembrado que não consigo. Ando com necessidade de me dar a pensamentos mais sérios (pasmem-se), a cálculos e medições de risco. Ora me apetece atirar-me de cabeça, ora me contenho porque às tantas não há profundidade que chegue e, mergulhando, abro os "cornos" ao meio (metaforicamente falando). Quando estou a ganhar balanço para me atirar, lá as águas se agitam e eu fico no lugar. Não vá ser engolido, revolvido e cuspido na margem completamente desnorteado. Vou molhando os pezinhos à espera que a maré vaze para ver o fundo. Se ela encher novamente, olho para a bandeira e, se estiver verde, atiro-me. Até lá, deixo-me andar neste marasmo. Ora com a sensação boa da areia nos pés e do sol na tromba, ora com dores nos ossos à conta da temperatura da água. Oh Mar! Oh Mar! Oh Mar dos tubarões, a maré esta vazia e a água dá-me pelos joelhos...por isso, vou esperar que a maré encha. Ai! Ai! É a puta da vida.