Deixo o Título ao Teu Critério

Ouve, amada. Onde quer que estejas neste momento, num qualquer lugar em que os teus olhos se derramem docemente sobre as coisas, no sítio em que o teu rosto sonhador e esbelto se perde doido entre as árvores, no ponto em que as tuas mãos se fundem com as minhas e se protegem mutuamente, ouve-me, amada!
Sou um homem que podia estar de partida sem ter conhecido a maciedade do teu rosto, o esplendor desse teu dose olhar ou da maravilhosa forma como sorris quando estas ao meu lado. Sinto-me um deserto, acho que envelheci de serenidade, sem que se notasse muito, aceitei pacificamente a dissonância, o paradoxo entre mim e o meu mundo, no qual tu fazes parte integrante. Sempre fui reservado nos afectos, mas sóbrio nas emoções que sentia por ti, poucas vezes fiz transparecer o ciume, mas...acredita que sou capaz de correr pelo mundo fora só para passar um minuto que seja contigo.
Ás vezes sou, enquanto homem, um lobo faminto, uivando ao luar. Ás vezes sou, enquanto homem, não mais do que um homem, isto é, um ser das mulheres, da sua posse, do seu amor, carinho, da sua força...mas não desta vez, desta vez quer que sejas apenas e só tu, quero que sejas a lua cheia, as noites claras, as estrelas, o sol brilhante, quero que sejas a minha vida. Por isso...estejas onde estiveres serei sempre teu. Mesmo que não mais te volte a ver...